Eu imagino que todas profissões têm seus bons e maus
profissionais, aqueles que fazem com amor e dedicação e aqueles que fazem por
obrigação. Entendo, mas não concordo!
Nem todos nós conseguimos realizar nossos sonhos
profissionais, como diria Paulo Coelho, Maktub, ou talvez, "Não"
estava escrito. Mas como professor com "vinte anos" de profissão,
inclusive formando alunos do 3º Ano do ensino médio, percebo que muitos bons
alunos não conseguiram passar nas faculdades de seus sonhos, pior, nem mesmo conseguiram
entrar na área de seus sonhos, e no caso deste texto: MEDICINA.
Conheci garotos(as) que sonhavam em ser médicos, que eram
competentes e dedicados em sala de aula, estudiosos em casa, bons companheiros
para seus colegas, e principalmente, tinham vocações em suas ações sociais,
eram dedicados as "dores" de seus amigos. Alguns, fizeram dois, três
anos de cursinhos, mas sempre falhavam na hora "H", pressionados por
vários problemas, inclusive financeiros, pois seus pais estavam gastando mais
do que podiam com seus sonhos. No final, frustrados, desistiam de seus"
curso do sonhos!"
E estive pensado se esses garotos(as) não teriam sido
grandes médicos como sonhavam, daqueles que realmente cuidam e tratam de seus
pacientes, que trabalham com amor e dedicação, que fazem ações quase
humanitárias de suas profissões? E nós, sem exceções, a sociedade como um todo,
não teríamos nos beneficiados também?
Mas isso infelizmente não acontece, porque o sistema de
educação no Brasil, ao meu ver, beneficia conceitos equivocados de
meritocracia, pior, beneficia a desmeritocracia(não sei se essa palavra existe,
mas você entendeu). Um bom médico não é necessariamente o melhor aluno do
"colegial", mas aquele que melhor se identifica com as
características da profissão, aquele que em sua vida acadêmica compreende que
um grande profissional se doa para as outras pessoas, como um herói, que
precisa salvar vidas. Lembrei-me do filme "Patch Adams, o amor é
contagiosos", com o falecido Robin Williams, que interpretou um médico,
digamos, mais "humano", um homem que entendeu que a cura está também
no cuidado psicológico, quase espiritual.
Mas aqui no Brasil onde vivemos, será esse o tipo de médico
que estamos formando, o médico que cura o corpo e a "alma"? Tenho
minhas dúvidas. Conheço bons médicos sim, mas infelizmente, conheço
profissionais dessa área que prefiro não chamar de médico.
Precisamos mudar urgentemente a formação acadêmica no ensino
do Brasil, reavaliar conceitos petrificados pelos "achismos"
históricos dos vestibulares, diminuir as corrupções e as falsas ideias de quê
tudo vale a pena: Não entrou na medicina
porquê não se dedicou!...Será mesmo? Tenho certeza que você que tem filhos
prestando os vestibulares esse ano, já notaram as dificuldades sociais,
econômicas, psicológicas que passam todos da família, e pior, quando seus
filhos não conseguem os resultados esperados, somente você que acompanhou essa
"via-sacra" sabe a dor no rosto de seu filho. A frustração de
sentir-se um "perdedor", quando de fato não o é! É o sistema que é
injusto, falso, elitista e principalmente, sem objetividade no curso dos
vestibulares. O que se tenta provar num vestibular? Que o melhor resultado em
notas será o melhor médico no hospital? Ah, fala sério, para você que é ou foi
professor sabe muito bem que isso é uma verdadeira falácia, uma mentira!
Mas até quando aceitaremos a entrada de um curso superior
através da "grande" nota dos vestibulares e afins?
Claro que há bons médicos formados nesse sistema arcaico,
mas tenho uma opinião que talvez tivéssemos o dobro, talvez o triplo de médicos
se os vestibulares fossem mais humanos e menos analíticos. Acredito inclusive
que a própria ideia de vestibulares está errada, deveríamos ser aceitos por uma
somatória de características, como participação, interesse, relacionamento,
conhecimentos gerais, enfim, que
deveriam ser analisadas durante toda nossas vidas acadêmicas, do ensino
fundamental I até o ensino médio. Aí sim, poderíamos ter certeza de estar dando
oportunidade social e educacional de maneira igualitária, e não apenas
elitista. Mas o quê fazer com a seguinte
situação do Brasil: Estamos na 35º colocação no ranking de educação mundial,
inclusive atrás da Turquia(34º), Chile(33º), Eslovênia(9º) ou Estônia(8º), segundo
a OCDE(Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico). É, ou estou
errado, ou a nossa formação educacional está...Mas isso eu deixo para você
pensar!
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