Mais de 50% dos franceses são
ateus, não seguem e não acreditam em credo algum. Duvida, então faça uma
pesquisa pelo Google e você encontrará vários artigos e pesquisas sobre o tema.
Então é fácil entender como um país aceita, sem grandes transtornos, piadas e
desenhos satirizando Deus, Jesus, Maomé ou Alah, como faziam e fazem os
chargistas do Charlie Hebdo.
Claro que nada justifica uma
violência, principalmente assassinato, como ocorreu no atentado a essa revista,
na França. Mas gostaria de lembrar uma coisinha interessante, do período
pré-segunda guerra mundial, mais especificamente o período nazista. Durante os
anos de 1930 a 1940, era comum na Alemanha nazista a manifestação artística,
jornalística, entre outras formas de comunicação de massas, panfletarem
assuntos com mentiras sobre os Judeus, basta ver algumas imagens que postei
aqui. Até mesmo apostilas escolares divulgavam desenhos mostrando judeus como
ratos, inimigos da democracia, criadores da desordem e perigosos. Isso
influenciava todos os cidadãos alemães, inclusive, suas crianças em idades
escolares. Isso está documentado e é fácil de provar, basta você ler algum
livro de um historiador sério e verá lá, descrições disso que cito aqui. Então,
na minha singela opinião, usar jornais para manifestar ódio, xenofobia,
etnocentrismo e afins, são uma espécie de violência sim, é devem ser combatidas
legalmente, com sanções sérias para esses editais e seus responsáveis. O quê
não acontecia com a revista Charlie Hebdo, claro!
Mas isso não justifica o ato
terrorista, obvio, mas também não justifica associar os atentados com os povos
islâmicos, principalmente agora, nesse momento de emoções acaloradas. Como sou
professor de História, já vi isso ocorrer em outro momento histórico, onde um
povo era a princípio ironizado, depois caluniado, perseguido e eliminado: O
JUDEU!
Essa tentativa de associar o
islamismo com o terrorismo internacional está a cada dia mais claro, e para
piorar, leio e vejo acadêmicos xenofóbicos concordando com essas
arbitrariedades judiciais, em prol de ideologias etnocêntricas.
Só posso dizer uma coisa, cuidado
com suas
palavras...Não podemos permitir que preconceito
seja considerado liberdade de expressão.
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