O medo é uma ferramenta usada há
séculos como instrumento guia de déspotas e absolutistas. A humanidade sucumbi
ao terror do sentir medo desde eras medievais e apesar da modernidade cultural,
ainda somos sujeitos dos pavores supostamente ocultos. É engraçado que ainda
hoje, em plena era da informação e tecnologia, haja pessoas que temam zumbis,
vampiros (não aquelas coisinhas brilhantes de Crepúsculo) e o mais
"gore" de todos: o endemoniado. Acho que o auge desses medos
floresceu com o filme O Exorcista, da década de 70. Quantos filmes, livros,
revistas e quadrinhos usaram de inspiração uma jovem possuída por um demônio. É
bem verdade que ultimamente há muita porcaria cinematográfica e editorial sobre
o assunto, mas é inquestionável que o "Demônio", ou melhor o medo,
nunca esteve em tão alta popularidade como hoje. Basta ver as capas de CDs de
Heavy Metal, os romances de bruxos e vampiros que assolam as livrarias com seu
monstros guiados por entidades demoníacas. Sem falar de séries de TV que se apóiam
nos temores sobrenaturais para atingirem sucessos no ibope. Interessante e
controvertido!
Mas como sou nostálgico fico
imaginando se alguém dessa nova geração já leu realmente Drácula, de Bram Stoker,
o Frankenstein de Mary Shelley, ou mesmo o "O Médico e o Monstro" de Robert
Louis Stevenson. Creio que não a julgar
pelo Cross-dressing de Crepúsculo.
Acredito realmente que quando se
tem apenas 10 anos um livro como crepúsculo deve parecer genial, mas aos vinte
ou mais é quase ofensivo ler algo tão enfadonho e desestruturando literalmente,
que não busca fontes de pesquisa alguma para criar suas personagens que estão
no imaginário popular há séculos. E pior, por mais que você explique para essa
nova geração, é impossível fazê-los lerem algo mais estruturado em termos lingüísticos
e intelectual como um livro "O Exorcista de William Peter Blatty",
que narra assustadoramente(veja bem, é mais assustador ler esse livro que assistir
qualquer filme atual) o dia a dia de uma menina possuída pelo Diabo.
Estamos em uma era onde vampiros
brilham na luz do sol, como "Drag queens", lobisomens depilados,
bruxinhos bondosos e claro, onde demônios são super heróis (vulgo Hellboy).
Ai-ai, que saudades dos sustos cinematográficos
das décadas anteriores. Dá-lhe Christopher Lee.
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