quinta-feira, 30 de abril de 2015

GRANDES E COM DORES!

Toda muralha, por mais forte que seja, não é indestrutível, ela é forte e resiste, mas não indestrutível. Como no mito de Aquiles, há sempre um calcanhar e ele pode ser ferido, mortalmente. As vezes penso que as pessoas esquecem disso, ou ignoram, agredindo a muralha ou Aquiles como se fossem imortais, mas não são. São também, naturalmente, sensíveis as pancadas e em algum momento, cedem aos impactos que recebem, sentem dor, trincam. Um homem grande(seja lá, forte, gordo ou qualquer coisa assim) sente os tapas dos amigos nas costas, mesmo tendo elas largas. A dor existe da mesma maneira, apenas disfarçamos nossas emoções, ocultamos nossas fraquezas.
Homens influentes são gigantes por uma somatória de qualidades, nem sempre visíveis aos olhos críticos de uma sociedade mesquinha, são guerreiros e pensadores, que tomam atitudes nem sempre carismáticas mas quase sempre necessárias. Mas como disse, somos mesquinhos em nossas limitadas condições humanas, e preferimos enxergar os defeitos destes grandes homens às suas infinitas qualidades. Não lapidamos nossas almas para sermos melhores, ao contrário, quase sempre somos "brutos" como pedras, como verdadeiros destruidores das emoções. Mas homens "gigantes" são lendários por saberem superar estas mesquinhez sociais, por superarem suas dores em prol dos outros, e principalmente, por viverem uma vida justa.
Citando alguns grandes da História: Gandhi(pacifista), Rui Barbosa(orador), Roosevelt(político), Sugar Ray Robinson(pugilista), Ahmed Fuad Pasha(Sultão, fundador da Universidade do Cairo), Carequinha(Artista circense) entre outros.

Só para citar um Filósofo, Rousseau disse: Uma parte dos homens age sem pensar e outra pensa sem agir.

Professor Samir leciona História. 

sábado, 25 de abril de 2015

VINGADORES, A ERA DE ULTRON É LEGAL, APENAS ISSO!

Sei que muitos vão me crucificar pelo que vou escrever, mas, enfim, vamos lá: Os Vingadores, Era de Ultron é legal, mas não ótimo...Pronto, falei!!!
Vejam bem, assisti a este filme em versão 3D, o melhor que há, mas não vou mentir, não me cativou tanto assim. Talvez seja o excesso de super-heróis, ou poucos inimigos(réplicas de Ultron não vale), não sei dizer, mas tantos heróis assim não ficam bem desenvolvidos na história, ficam parecendo todos eles coadjuvantes, personagens menores. Mesmo o Homem de Ferro, o Thor ou o Hulk, ainda assim, parecem estar ali apenas como parceiros de uma "pequena" história. Claro, os efeitos especiais são legais(em 3D mais ainda), as lutas são bacanas mas, falta algum coisa, e ao meu ver a coisa que falta é a "história", pouco desenvolvida pois é necessário dar vida aos novos personagens, como Mercúrio e a Wanda, além do Visão.
Duvida, então vejam a quantidade de heróis e vilões:
1- Homem de Ferro; 2- Thor; 3- Capitão América; 4- Arqueiro; 5- Viúva Negra; 6- Hulk; 7- Nicki Fury; 8- Wanda; 9- Mercúrio; 10- Ultron; 11- Hulkbuster(tudo bem, é o Homem de Ferro); além de mais alguns que decidi não citar, pela pequena participação.
Olhem só, o filme é legal, daria uma nota de 0 a 10, 8 ou 9, mas não é 10, não mesmo!

Ainda é um grande filme, um blockbuster, um arrasa-quarteirões, mas para um adulto que foi muito ligado em quadrinhos da década de 80 e 90, sei lá, senti falta de uns roteiristas com o gabarito de Walt Simonson ou John Byrne. 

sexta-feira, 17 de abril de 2015

História & Maioridade Penal

Qual a veracidade da história oral? Como confiar na palavra "não escrita", transmitida por gerações através da teatralidade familiar ou grupos religiosos, dogmáticos e esperançosos de aceitação? Seu Pai ou sua Mãe devem ter contado milhares de histórias sobre suas famílias, numa visão simplista de observadores, ou ainda, de reprodutores de eventos que não presenciaram, mas quê juram que "foi assim mesmo". A história, leitores, também sofre em partes desta temível oralidade, de partidarismo e tendências pessoais, que buscam recontar a verdade em sua interpretações particulares, onde o erro sempre é dos outros, e somente deles. No Brasil temos, infelizmente, vários partidos políticos que usam deste maquiavélico procedimento para justificar seus meios, através de uma história fantasiada de verdade absoluta. É preciso, sempre, contextualizar os fatos, procurar fontes fidedignas, escutar os opositores para então, e somente assim, tomar partido em algum evento importante.
Muito se fala da diminuição da maioridade penal, e muitos jornalistas "decadentes" e "fantasiosos" usam de suas carismáticas presenças para tentar, através da falta total de estudo de caso, incentivar uma sociedade carente de educação a não aceitar ou aceitar a diminuição da maioridade penal. Não buscam informações mundiais, resultados universais, mas apenas expõem suas convicções cheias de "obviedades" pessoais, para afirmar sua palavras cheias de equívocos e carentes de fontes primárias.
Não se deve julgar fatos que não entendemos, nem mesmo seria útil para a finalidade exposta que indivíduos, carregados de pré-conceitos, impedissem o caminhar da boa resolução judicial, através da competência de homens que estudam e vivem o problema, direta ou indiretamente.
A Televisão e o Rádio às vezes fazem um desserviço social, abrindo espaço para comentaristas de auditório expor suas palavras modernistas, mas cheias de erros crassos sobre justiça e comportamento social, sem jurisprudência, e pior, analisando fenômenos de extrema importância para uma sociedade sadia e seu futuro, através de uma ótica decadente de apresentador funesto e irresponsável.
Muitos destes hipnotizadores de platéias decadentes perguntam se não seria pior a diminuição da maioridade penal, mas poucos perguntam se há dados estatísticos de melhorias sociais pelo mundo afora, quando tais procedimentos são aceitos. Alguns, mais oportunistas, ainda teimam em dizer que diminuindo a maioridade penal só iria provocar o aliciamento de crianças mais jovens ainda, para o mundo da violência. Esqueceram estes indivíduos que a sociedade precisa e necessita de penalidades reais para um mundo real? A questão não é evitar futuros roubos ou assassinatos, mas sim penalizar o indivíduo insociável pelos crimes que cometeu, e livrar a sociedade trabalhadora e honesta de um marginal de grande periculosidade, que pode e continuará agindo para satisfazer seus ideais. Não cabe a a apresentadores de TV julgar o quê é correto ou errado, mas sim aos homens da lei, juristas e sobre muitos aspectos, a própria sociedade interferir nessa resolução, pois ela é a maior interessada.
Para não ir preso basta não cometer crimes, simples assim! Claro, é preciso mudar muitas coisas para diminuir a violência urbana, mas um bom começo é penalizar corretamente os crimes, principalmente os hediondos, senão, onde poupam os lobos, sucumbem às ovelhas.

(Professor Samir
leciona História e Filosofia, e é a favor de criminosos na cadeia.)

quinta-feira, 16 de abril de 2015

...do Tempo da...!

Sou de um tempo de poetas mortos, de cantores que recitavam poemas das coisas feitas pelo coração, de filmes onde o idiota era a melhor pessoa da história, e detalhe, seu nome era impronunciável: Forrest Gump. Sou de um tempo que videogame era passatempo e bolas e quadras uma vida, de um tempo de séries de TV sobre homens de 6 milhões de dólares, que andavam em câmera lenta. Sou do tempo de poucas igrejas, católicas ou protestantes, e de quase inexistência de ateus. Do tempo dos grandes filósofos, alguns do futebol outros da literatura...Ah, saudades do Telê Santana e Jorge Amado. Sou do tempo que Guerra nas Estrelas era apenas um filme e Regina Duarte era a eterna namoradinha do Brasil. Do tempo da família, do Pai e da Mãe e também dos avós. Do tempo da sessão da tarde e de Jerry Lewis, do Ultra-seven e da Formiga Atômica. Mas infelizmente perdi no passado, meu "tempo", escondido por programas de auditório sensacionalistas e  novelas tendenciosas. Não vejo mais novelas, não encontro mais Roques Santeiros, nem mesmo Sinhozinhos, apenas nomes americanos que não identifico e situações que não vivo. Não escuto mais rádios, não escuto mais disco nem CD's, perdi meus Pink Floyds e meus discos de vinis. Perdi o trem das onze e a garoazinha paulista não cai mais, derrama dilúvios ou secas. Não assisto mais Charlton Heston, nem os Dez Mandamentos, pois me assusta a incompreensão social e ideológica do novo Êxodo cinematográfico perante a sociedade, que não se rebela e nem assume responsabilidades. Sou um homem ultrapassado, como Nietzsche, Dante, Beethoven ou Kurosawa. Estou morto numa sociedade que outrora idolatrou a sociedade dos poetas mortos. Poetas? O quê é isso? Como Vargas morro, mas não para entrar para a história, mas para sair dela, pois quero distância de qualquer sociedade que não saiba quem foi Cassius Clay ou Johnny Rivers.  

(Professor Samir Lahoud leciona História e Filosofia, e ainda acredita na humanidade...Ainda).

INTOLERÂNCIA

A tolerância está cada vez mais distante da vida humana, das ideologias sociais, e pior, da própria família. Não respeitamos os diferentes, sejam eles quem forem, estamos acuados perante uma ideologia de "ter" antes de "ser", na qual o caráter torna-se dúbio quando colocado no olhar racional. Racionalidade está em "falta", mas as pretensas verdades juvenis estão em alta, com garotos cheios de certezas num mundo adulto, colocando a massa de intelectuais em suas mãos smartphonicas (não sei se existe esta palavra, acho que criei agora), digitando mil palavras por minutos, mas refletindo no máximo cinco destas por hora. A tolerância é algo velho, ultrapassado, de se jogar fora, pois a ditadura do "ter" não aceita conceitos filosóficos para suas vidas: Nietzsche está morto, Platão enterrado e Ariano Suassuna é um especial de TV. A tolerância está falida, onde garotos podem votar com 16 anos mas não podem assumir responsabilidades por furtos e assassinatos...onde em instituições educacionais o professor é colocado em dúvidas sobre seu "sermão", mas é aceito toda a palavra do jovem aprendiz do "ter" antes do "ser".
Tolerância, palavra possivelmente em extinção na língua portuguesa, talvez em todas as línguas. Temos Árabes contra Judeus, Judeus contra Ateus, e sangue sendo jorrado não mais num Domingo Sangrento, mas em semanas sangrentas e assustadoras. Não temos mais religiões plenamente espirituais, somos partidários de ideologias que mesclam fanatismo e obediência cega, e estamos fadados a uma futura comunidade ateísta...estamos fadados a nossa própria Liberdade. Lembrei-me de Victor Hugo, que num momento de extrema racionalidade disse: "A TOLERÂNCIA É A MELHOR DAS RELIGIÕES"!

(Prof. Samir Lahoud leciona História e Filosofia, e claro, acredita plenamente na Tolerância)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

ÊXODO ou a Utopia de Scott

Não sei não, mas acho que ao invés de ler a Bíblia para fazer a adaptação da história mais incrível do povo Hebreu, Ridley Scott deve ter lido alguma coluna do jornal Charlie Hebdo, ou assistido a algum filme do Monty Python. Êxodo, Deuses e Reis conseguiu transformar Moisés num homem maluco que fala com uma criança imaginária, que acredita ser Deus, e que não faz milagres, apenas aproveita-se dos fenômenos naturais e obvio, das coincidências.  Nem mesmo um cajado ele carrega consigo, ao invés, porta uma espada egípcia que ganhara de presente de Ramsés. Christian Bale está horrível nessa personagem, parece querer vestir uma capa preta e sair passeando no Batmóvel, ou coisa assim. Já Joel Edgerton como Ramsés convence, suas características físicas e sua interpretação são satisfatória, mas o diretor Ridley Scott, com sua capacidade de produzir espetáculo, conseguiu torná-lo um faraó fraco, pouco pretenso a luta com seu irmão de criação, Moisés. Eu imagino que Charlton Heston deve estar pulando de raiva com essa nova adaptação do clássico "Os 10 Mandamentos", provavelmente querendo que o Mar Vermelho engula o diretor. Detalhe interessante(se não quer ler spoiler, pare agora) é que não há a abertura do Mar Vermelho(Arghhh...), ele simplesmente está na maré baixa e os Hebreus, calmamente, atravessam com seus cavalos e crianças. O sangue do Nilo é culpa de crocodilos gigantes que atacam tudo e a todos, tingindo o Nilo de rubro, putz, fala sério.
Efeitos especiais satisfatórios, personagens chatos, trilha sonora esquecível e principalmente, falta total de qualquer carisma cinematográfico. Não há milagres, não há fé, não há Deus, pois o garoto que aparentemente deveria ser Deus, na versão de Scott, é uma loucura de Moisés.

Sinto raiva desse tipo de filme, enganado, e principalmente irritado por contar uma versão AVATAR da história mais importante do povo Hebreu, e por tabela, de toda cultura judaico-cristã. Não sou católico fervoroso, mas acredito que católicos e evangélicos ficarão assustados com a quantidade de besteiras que as 2h31min. de filme nos faz suportar. Havia assistido NOÉ algum tempo atrás, e acreditava que ninguém poderia deturpar mais a Bíblia que aquele filme, mas eis que surge Ridley Scott e dirige sua versão Titanic para Moisés. Uma pena, de verdade, pois essa geração não sentirá a emoção de ver o Mar Vermelho se abrir, com a tecnologia super avançada que existe, pior, sairão dos cinemas vendo uma versão chata e cansativa de êxodo, numa mistura de erros culturais que chega a ser cômico, e nem mesmo às tábuas da Lei foram poupadas, sendo escritas literalmente por Moisés. Agora fico na torcida para que Hollywood não decida fazer uma nova versão de Jesus, pois seguindo essa tendência, não ficaria surpreso de Jesus ser um mutante, no melhor estilo X-men. Fala sério, não gaste seu rico dinheirinho nessa porcaria cinematográfica caça níquel, vá com a família a uma sorveteria, será mais interessante!

A SOLUÇÃO PARA O TERRORISMO

É utópico esse título, claro, não há uma solução, talvez a grosso-modo sejam necessárias uma somatória de soluções. A começar por definir o que é terrorismo, e diferenciá-lo claramente de atos terroristas ou atos de guerra. Mas uma definição não é coisa fácil, envolve política, psicologia, religiosidade, economia, entre outras coisas mais. Ela depende de fatores complexos que podem, se não analisados com cuidado, colocar todos como possíveis terroristas. É preciso compreender as motivações por trás desses atos, e principalmente os estopins que ocasionam seu ressurgimentos. Analisar de forma globalizada a intervenção social e política dos países capitalistas nos países islâmicos, e principalmente, os interesses de alguns países como os EUA, Inglaterra, França entre outros, na intervenção nas doutrinas dos invadidos. Dar a culpabilidade devida ao criador do terrorismo, mostrar seus financiadores e principalmente, fazer a devida associação de culpabilidade de todos os possíveis crimes que não são chamados, por conveniência, de terrorismo para não comprometerem os poderosos capitalistas.
Num mundo tão heterogêneo socialmente, é necessário demonstrar a homogeneidade da família capitalista com a islâmica,  hinduísta ou judaica, para que todos entendam que são maiores as semelhanças que as diferenças, e que a dor dos atos, sejam de guerra ou de terrorismos, são intensos em qualquer sociedade.
Está claro, a cada dia, que as políticas internacionais de combate ao terrorismo não estão conseguindo atingir seus objetivos, e talvez nunca consigam se não analisarem e contextualizarem a política ideológica por trás de ambos os lados.
Há muitos tipos de terrorismo disfarçados no mundo, mascarados como ação social, ação de guerra ou ação econômica. De muitas maneiras são possíveis destruir a cultura e a vida de uma nação, e nem sempre é necessário armas de guerra para isso. O descaso com a vida alheia não é privilégio dos fundamentalistas, é um mal de toda sociedade mundial globalizada, que só consegue analisar tudo e todos de forma imediatista, micro cósmico, sem na verdade entender que somos "um", somos o planeta!

Samir Lahoud é professor de História, e pacifista por natureza.